líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), prometeu divulgar nesta segunda-feira (7) os nomes dos deputados que assinaram o requerimento de urgência – cerca de 180 –, dizendo que seria a última chance para os que “estão em cima do muro”.
Essa pressão, segundo interlocutores de Motta, incomoda quem até apoia uma redução de penas dos golpistas de 8 de janeiro de 2023, mas não a anistia.
A anistia, nos moldes defendidos pelos bolsonaristas, poderia beneficiar até o próprio ex-presidente – que ainda nem foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
Críticas ao STF também incomodam
Dentro do STF, também não foram bem recebidas as críticas ao ministro Alexandre de Moraes. Colegas de tribunal dizem que os bolsonaristas não vão conseguir colocar o tribunal contra Moraes, e que o Supremo é contra a ideia de uma anistia total.
Magistrados destacam que as pessoas que estavam na Esplanada dos Ministérios queriam criar o caos para gerar uma intervenção militar – e agora, depois de condenados, dizem não sabiam a gravidade do ato.
Do lado do governo Lula, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, saiu em defesa do STF e do presidente da Câmara dos Deputados – uma forma de apoiar Hugo Motta a seguir resistindo a colocar em votação o projeto da anistia.
Ela classifica o projeto como uma tentativa de fazer prevalecer a impunidade. Diz ainda que Bolsonaro segue tentando apoio internacional para uma intervenção no Brasil.
Motta não quer pautar afronta ao STF
Alvo das pressões de bolsonaristas ao longo da semana passada e neste domingo na avenida Paulista, Hugo Motta prefere não confrontar o Supremo Tribunal Federal. Afinal, o projeto de anistia em tramitação beneficiaria inclusive quem está ainda em julgamento no tribunal, como o próprio ex-presidente.
Hugo Motta entende que o melhor caminho seria discutir uma redução de penas de quem está sendo condenado pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
O presidente da Câmara conseguiu convencer os líderes partidários a não assinarem o requerimento de urgência para votar o projeto diretamente no plenário. Enquanto isso, Sóstenes e o PL seguem em busca das 257 assinaturas necessárias para acelerar o texto.